Meia-Noite no Cinzeiro 8 – MAAT, Lisboa

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Meia-noite de Mariana Caló e Francisco Queimadela

curadoria de Filipa Ramos

Cinzeiro 8 – MAAT, LISBOA

05 Jun 2019 – 09 Set 2019

11h00 – 19h00
Encerra às terças-feiras

 

Meia-noite

“Meia-noite apresenta um conjunto de obras de Mariana Caló e Francisco Queimadela. Explorando diversas tecnologias de visão noturna, a exposição situa-se simbolicamente na fase de transição da noite para o dia, momento em que, no imaginário popular, as relações entre vários seres e mundos são porosas.

À entrada, duas projeções sincronizadas justapõem cianotipias de plantas a imagens de animais realizadas a partir de sequências captadas com iluminadores infravermelhos de videovigilância e posteriormente transferidas para filme 16mm a preto-e-branco. O tapete lúcido dos animais (a membrana retrorrefletora do globo ocular que garante a sua visão no escuro) é particularmente visível nos filmes, que revelam o olhar iridescente de bufos-reais, corços, fuinhas, gamos, ginetas, javalis, lobos, raposas, ratos, texugos e vacas.

Na sala à direita, uma instalação vídeo HD em seis canais expande o interesse dos artistas pela cianotipia — um processo analógico de fixação de imagens através da exposição de superfícies sensibilizadas à luz ultravioleta. As impressões fotográficas de elementos naturais resultam de cianotipias filmadas e transferidas para o seu negativo. Flores, folhas e ossos tornam-se abstrações físico-temporais cujo movimento e som contínuos diluem o presente num fluxo atemporal e tingem a sala de azul profundo. À esquerda, um filme de 16mm converge diferentes estados de uma figura feminina cuja imagem se divide entre matéria e sombra, corpo e mente, sono e sonho. Este corpo aéreo existe de noite, no meio da noite, através do medium da noite, onde penumbra e luz, contorno e densidade, movimento e suspensão, lua e céu noturno se encontram.” Filipa Ramos.

Midnight

“Midnight presents a group of works by Mariana Caló and Francisco Queimadela. Exploring various night vision technologies, the exhibition is symbolically located in the transition period between night and day, in the moment in which, according to popular imaginary, the relations between different beings and worlds are porous.

At the entrance, two synchronized projections juxtapose cyanotypes of plants with animal images made from sequences captured by infrared video surveillance illuminators and later transferred to 16mm black-and-white film. The animals’ tapetum lucidum (the retroreflective membrane of the eyeball that ensures their night vision) is particularly visible in the films, which reveal the iridescent gaze of badgers, boars, bucks, cows, deer, eagle-owls, foxes, gannets, rats, weasels and wolves.

In the room to the right, a six-channel HD video installation expands the artists’ interest in the cyanotype — an analogic process of fixing images by exposing a sensitised surface to ultraviolet light. The photographic prints of natural elements result from cyanotypes that were filmed and transferred to negative. Flowers, leaves and bones become physical and temporal abstractions whose continuous movement and sound dilute the present in a timeless flow and tinge the room with deep blue. To the left, a 16mm film converges different states of a female figure whose image is divided between matter and shadow, body and mind, sleep and dream. This aerial body exists at night, in the middle of the night, through the medium of the night, where penumbra and light, silhouette and density, movement and suspension meet, moon and night sky meet.” Filipa Ramos